Ser Astrólogo
A Astrologia, um saber antigo que se baseia na observação do movimento dos astros no céu, é o nosso espelho – assim como em cima, é embaixo.
Ela nos fornece categorias através das quais organizamos nossa realidade – Ascendente, Descendente, Meio-do-Céu, Fundo-do-Céu. Qualifica determinados comportamentos e atitudes mentais e emocionais dos seres humanos através dos signos – de Áries a Peixes.
Este saber ancestral nos oferece uma compreensão global do Universo que conhecemos, e posiciona cada um de nós num ponto deste Universo.
Diante desta base teórica é importante destacarmos a posição do astrólogo, como um profissional que traduz a linguagem astrológica para o leigo que o procura. Este profissional tem em mãos um saber riquíssimo em simbologia, que pode chegar a detalhes precisos acerca de fatos e características do cliente.
A postura do astrólogo no uso desse saber é o que permitirá ao cliente sentir-se positivamente compreendido ou negativamente julgado. É fácil para o profissional que orienta seu cliente cair na "rede" do poder, o poder da informação, o poder da previsão.
O astrólogo não é um deus infalível que traça o destino de seu cliente, ele é apenas uma pessoa treinada tecnicamente para auxiliar quem o procura, utilizando-se do conhecimento astrológico. Além disso, nosso cliente não é um recipiente vazio, no qual podemos lançar todo tipo de informação.
Ao abordarmos certos aspectos da vida do cliente ou de sua personalidade, devemos estar conscientes de que estamos entrando em áreas desconhecidas, e que podem nos trazer surpresas. Devemos, então, nos colocar numa posição semelhante à de um cientista que caminha lado a lado com a dúvida positiva e construtiva.
Outro risco a que o astrólogo está sujeito é "encaixotar" o cliente em caixinhas quadradinhas chamadas signos, casas e planetas. Esse cliente irá ouvir que ele é de tal signo, com tais características, e não terá como duvidar disso. Ele pode sair da consulta com a sensação de não ter nenhuma chance de se modificar. Esse cliente pode sair por aí usando a Astrologia como desculpa para não evoluir, crescer e se modificar.
É claro que a Astrologia tem um respaldo de muitos anos de comprovação, a partir de quem se dispõe a estudá-la e trabalhar com ela. Temos um apoio sólido, baseado em nossa experiência, para podermos expor determinados conceitos para nosso cliente.
Em Sinastrias, a postura do astrólogo é importante principalmente quando se faz mapas de crianças. Todo relacionamento, seja ele qual for, tem o elemento do imprevisto e do livre-arbítrio de cada um. Quando os pais solicitam um mapa infantil, devemos ter o cuidado para não colocar nas mãos dos pais uma caixinha, para que encaixem seu filho nela. Futuramente, essa criança será certamente essa caixinha, pois todas as expectativas geradas pelas informações dadas serão referentes à caixinha. A criança absorve o ambiente familiar como sendo correto, até que possa crescer e desenvolver seu senso crítico e sua autoconsciência. Entretanto, se ela recebeu uma educação categorizada, que chances ela terá de ser diferente?
É de responsabilidade do astrólogo dar o bom exemplo, desmistificando sua posição de mago, e colocando esse saber numa posição de respeito como sendo uma linguagem simbólica, entre outras, que pode auxiliar o ser humano a percorrer o caminho para a própria felicidade.
Estas são sugestões de reflexão para qualquer profissional que trabalhe com orientação de qualquer tipo, como é a Astrologia.