Princesa Leah – Aquela que veio.

20 de dezembro de 2011 Artigos Comentários desativados em Princesa Leah – Aquela que veio.

Caros confrades,

Quinta-feira da semana passada uma pessoa amiga pediu que ‘levantasse’ o mapa natal de uma menina que está fazendo uma comoção na internet: especificamente, no Facebook.

Segundo o que me disseram, —  e depois confirmei no Facebook (quem quiser entrar, deve acessar o próprio, e procurar ‘May the Force be with the Princess Leah’) , essa menina está, ou estava, em coma há vários meses, devido a uma doença do sistema nervoso que os médicos não conseguiram identificar. Como ela tem o nome de Leah, foi o suficiente para muitos internautas fissurados com a série “StarWars” tomarem para si a doença dessa criança e transformarem sua cura em uma cruzada. Não é difícil que isso aconteça num mundo onde carecemos de nossa própria cura. A comoção que vemos expressa em algumas mensagens é muito forte, e acabamos ficando em dúvida sobre quem deseja curar quem.  Em outras épocas, seria caso de beatificação, mas os tempos são outros e espero, como muitos, apenas que ela se cure e seja ‘a alegria dos pais’.

Os dados do nascimento foram publicados – pelo menos essa amiga me forneceu os mesmos  –  e disse que alguns astrólogos estavam estudando esse mapa natal. Os dados são os seguintes: Leah, 17/02/2011, 4:18 AM, PST +8:00, Los Angeles, CA. Não investiguei o sobrenome, mas isso seria fácil. Tenho pudores de analisar mapa de desconhecidos sem uma finalidade altruísta, mas creio que pelo menos nesse caso um pensamento de cura pode ser facilitado pela leitura do dito cujo.

mapa-leah

Ela nasceu durante a conjunção separativa de Sol-Netuno aos 28 graus de Aquário. Isso é um cenário de fundo, pois milhares de crianças nasceram, durante um período com essa conjunção, seja nas horas anteriores, conjunção aplicativa, seja nas horas seguintes. A diferença é de 5 minutos, o que em direção secundária retrógrada para o Sol daria um ponto crítico em dois meses. Direções simbólicas para Netuno, por arco Solar dariam a mesma coisa. Insisto nesse ponto porque o símbolo do grau (29 de Aquário) é “Borboleta emergindo de uma crisálida”. Símbolo apropriado para sair de um coma.

Ao longo das eras observamos que os seres humanos encarnam em grupos. Creio inclusive que o mapa individual cairá em desuso. Às vezes acho lamentável a insistência do pequeno ego em querer que o astrólogo diga o que irá acontecer apenas para justificar a falta de controle em sua vida pelo abandono do chamado “livre-arbítrio”. Se nossa vida fosse um jogo de cartas completamente marcadas não creio que valeria a pena ser vivida. O fato é que a primeira reação que tive ao ver o mapa foi “essa menina não é um único ser”.

Há muitos anos uma senhora, de mais de 50 anos, pediu para que eu desse uma olhada no mapa dela. Mostrou o desenho e não pude deixar de dizer: “Esse mapa não é seu. Essa criança morreu com menos de cinco anos, só que não foi embora e está aí do seu lado, meio adormecida.”  Hoje em dia chamamos esse fenômeno como um tipo de transmigração, O “Walk-in” é algo do tipo. A senhora chorou e me disse que ela sempre falou que tinha uma criança grudada nela e que por isso fez inúmeros tratamentos apropriados para doentes mentais. Caso muito mais grave é relatado por Max Freedom Long, em “Milagres da Ciência Secreta”, de dois seres que se alternavam na ocupação de um único corpo.

Como comenta Long, a “ciência” médica não aceitava esse tipo de explicação. Na época, anos 40, era mais simples dar eletro choque ou choque químico, do que especular a respeito de uma solução fora das limitações comuns de um conhecimento focado na neurologia ou neuropsiquiatria contemporânea.

Essas assertivas, próprias de Mercúrio em Peixes, no meu caso, nem sempre são palatáveis. Lembro que quando vi de relance o mapa de uma falecida amiga, na casa de uma astróloga, disse: “Um caso de amor impossível” Ela retrucou: “Impossível como?”. Disse eu: “trinta anos para resolver”. Desesperançada, falou: “Mas já tem dezoito anos”. Só pude dizer: “Espere mais doze”. Doze anos depois o amante enviuvou e casou com outra. Ela morreu de tristeza, acho.

Acredito, como comentei na palestra “Astrologia, Caos e Transdiciplinaridade”,no Simpósio do SINARJ, que está mais do que na hora de abrirmos nossos corações e mentes em relação às limitações do conhecimento.  A nova humanidade nascente, a infância e juventude já presentes, não têm as limitações científicas que fomos inculcados e forçados a aceitar como verdades absolutas. A descrença no modelo vigente é um fato consumado Não precisamos esperar 2012: o mundo antigo já acabou!

Voltando ao mapa. Capricórnio, o Ascendente, é o signo dos Avatares, dos dirigentes, condutores de homens. Vênus no Ascendente justifica o fato de ela ser chamada de Princesa pelos internautas. Na Astrologia por onde comecei, Vênus é o regente hierárquico de Capricórnio e um dos símbolos do nosso Eu interno. Vênus é a Estrela da Manhã, ou Lúcifer, o anjo caído, que acho análogo a Prometeu. Saturno, outro anjo importante (pois é o que testa as almas), quadra com o Ascendente e com a própria Vênus, da qual é o dispositor. Lua e Vênus estão em quincúncio, aspecto tão caro ao Marco Aurélio, e que no caso leva à popularidade, ainda mais numa pessoa do sexo feminino.

Transformada numa atração pública, perdendo uma identidade que ainda não possui, essa “Princesa” canaliza as aspirações de muita gente. Temos aqui um sacrifício como de tantas figuras públicas, que de certa forma ajudam a redimir a humanidade. Não importa se as outras figuras não tenham a pureza de Leah, o fato é que o sacrifício delas ocasiona comoção nacional e às vezes mundial.

Acredito que, independentemente do resultado de sua trajetória futura, existe aqui uma grande alma (Mahatma), que está já fazendo justiça ao seu nascimento. Espero sinceramente que se cure e que possa colaborar para um mundo novo: sem sofrimento, miséria, disputas e cobiças.

Abraços a todos,

Rodrigo Araês

Sobre o Autor

Rodrigo Araês é engenheiro de formação e mestre em engenharia biomédica. Atualmente aposentado, depois de trabalhar por décadas no ensino de importantes universidades paulistanas, destacando-se na discussão e inclusão da transdisciplinaridade nos circuitos universitários de ensino e pesquisa. Deu seus primeiros passos na astrologia em 1968, tornando seu trabalho mais efetivo a partir de 1976 quando teve contato com Raul Varella. Em 1974 passou a estudar a obra de Alice Bailey, sendo hoje uma das principais referencias na Astrologia Esotérica do país. É um dos autores do livro Astrologia – Doze Portais Mágicos. Foi presidente da CNA no período 2011-2012.
Translate »