Entrevista: Marco Gambassi
A entrevista com Marco Gambassi foi realizada no dia 12/09/07, às 18:40, ao pôr-do-sol de final de verão em Florença, Itália.
Marco Gambassi é astrológo, poeta, escritor, estudioso de Astrologia e Astronomia e professor de Astrologia. Sol em Câncer, Ascendente em Gêmeos e Lua em Sagitário, ele estudou Engenharia em Florença, Astronomia em Bologna e tem diploma de Erborista, ou seja, formação em ervas medicinais e aromáticas.
Ele tem um belo site www.marcogambassi.it/home.htm, e também é autor em revistas nas quais escrevem astrólogos de toda Itália, como a Rivista Linguaggio Astrale. Tem participado de vários congressos nacionais e internacionais. Já ganhou três prêmios literários, inclusive um internacional. Dentre os inúmeros livros que ele escreveu, cito um: Conoscere le Stelle: Studio astronomico e astrologico ainda sem tradução para o português .
Trata-se de um livro que traz um estudo original de anos de pesquisas e oferece um estudo do céu para além dos planetas e das estrelas principais, com instrumentos astronômicos para ver as estrelas, sua origem etimológica, mitológica e simbólica. Com esse livro, o autor ganhou o primeiro lugar num concurso nacional que premia estudos inéditos em Astrologia.
1. Que papel tem a linguagem dos símbolos, dos animais e das estrelas no “mundo moderno”?
Em primeiro lugar, um papel de abertura que não se limita somente com a linguagem. Antigamente nossa relação com as estrelas era fundamental, pois a partir delas nos guiávamos pela terra. Por isso, as estrelas são de certa forma a alma do homem.
Não conhecer os estudos dos antigos, da Astrologia clássica, nesse tempo em que a relação com as estrelas era assim tão intensa é, de um certo modo, perder o contato com a raiz desses símbolos e conseqüentemente com a própria alma. Os símbolos nos ajudam a participar de uma sociedade mais equilibrada, sobretudo no mundo globalizado. É uma descoberta de sermos mais humanos.
Não houve possivelmente nenhuma civilização que não tenha desenvolvido uma ciência própria das estrelas. Das estrelas nascia, do mesmo modo, o senso de espaço e orientação. Parece, por exemplo, que os habitantes da Polinésia se deixavam guiar, nas suas viagens por mar, pelos Azimutes das estrelas nascentes e cadentes.
Os animais, por sua vez, estão desaparecendo e com eles se perde toda uma biodiversidade. Eles, infelizmente, foram desapoderados dos seus valores espirituais. Os homens se esqueceram que os animais são como os homens mesmos, ou seja são membros ativos e importantes da sociedade global, são atores da civilização planetária e portadores de significativa alteridade. Um novo pacto social planetário é necessário para compreender animais e plantas e valorizar a sua preciosa diferença e a sua inteligência…
Já as estrelas relacionam plurisignificados. Olhar as estrelas é como abrir uma janela e nela encontrar um mundo que não acaba mais. A luz física de uma estrela é uma forma de energia , e precisamente uma forma de radiação eletromagnética à qual o olho é sensível. A luz simbólica ( ou a voz) de uma estrela ou de um planeta é um raio de luz celeste cujo olho da alma é sensível; um raio que ilumina uma zona da mente e faz ressonar notas, sentimentos, idéias. A luz física é real e ilumina o espaço viajando no tempo; a luz simbólica ( ou espiritual) é imaginária e ilumina o tempo viajando no espaço. De fato, a luz de um sentimento ou de uma idéia vive e se revela no tempo.
2. Para você é fundamental estudar a Astrologia juntamente com a Astronomia assim como fizeram os astrólogos antigos?
Sim, antigamente era ainda mais natural estudar não só astronomia, mas também a matemática. Por motivos culturais e espirituais. Os árabes, por exemplo, para rezarem em direção à Meca deviam estudar também as estrelas. Elas é que podiam guiar-lhes nessa direção e eles ainda estudavam os seus mitos e lendas. Ainda hoje a Astrologia e a astronomia poderiam andar juntas. A astronomia de coloca como uma chave a mais para a interpretação, ou seja, adicionar à interpretação o conhecimento do tempo, dos fatores biológicos, a harmonia entre a natureza física e a relação entre as várias estrelas e os seus valores simbólicos.
A ciência como é conhecida hoje está muito distante daquela como era entendida pelos antigos, no seu surgimento. A ciência quando nasceu reunia ciência física e humanística. Hoje elas estão separadas. A ciência de distanciou das suas raízes humanas, da sua moral e da sua ética, conseqüentemente. Assim, ela corre o risco de tornar-se escrava dos grandes poderes econômicos, de andar aos propósitos do dinheiro, dos interesses farmacêuticos, tudo porque não há mais diálogo entre ciência física e humanística.
Quando eu estudei Astronomia em Bologna, aquilo me deu um impulso, uma estrada a mais no estudo dos astros e das estrelas. É bastante fecundo o estudo da Astrologia juntamente com outras ciências. Esse debate com a história de antigos astronômos e astrólogos é uma forma de retirar a Astrologia desse lugar de desprestígio e desqualificação. Unir aos estudos astrológicos os estudos astronômicos é uma forma de tornar a astrologia mais crível. É uma forma de ligar a Astrologia a um arcabouço de conhecimento cultural também. E a partir daí se pode citar Kepler, Galileu e outros que uniram os estudos das ciências com a Astrologia. Da mesma forma que para os astrônomos seria bastante fecundo estudar Astrologia, pois traria aos seus estudos um viés cultural e humanístico que existia na época em que todas as ciências foram criadas. Além disso, os privaria de declarações absurdas a respeito da Astrologia.
3. De que forma você vê a Astrologia feita aqui na Itália com relação aos outros países do mundo?
Na minha opinião a Astrologia muda conforme a cultura. Cada civilização tem uma relação diferente com as estrelas. O estudo das estrelas pode ser relacionado à civilização humana e os nomes escolhidos para elas não são mero acaso e por isso mesmo são chave para interpretação. Eu estive no Peru estudando a Astrologia e a história dos Incas. Tanto e pouco sabemos dos Incas. Eles estavam no vértice de uma pirâmide social do tipo imperial. Eram ao mesmo tempo os fundadores e os administradores de um grande império que se estendia do atual Equador a boa parte do atual Chile e da atual Argentina. Tratava-se de um império jovem, talvez o único vasto império que existiu nas terras do hemisfério Austral. E os Incas trabalhavam o ouro, o metal do Sol, e a prata, o metal da Lua, e os usavam tanto para adornar-se quanto para adornar seus templos.
Os povos andinos pré-colombianos eram observadores da galáxia, e foram os primeiros a especificar e a dar forma às suas zonas escuras. Eles criaram um zodíaco galático: uma cintura de animais que segue, ao menos um pouco, o círculo do equador em cujo plano se estendem imensas espirais de estrelas. Se pode dizer que os povos andinos descobriram o centro da galáxia. Eles estudavam as sombras solares com pilastres verticais de pedra. E não só conseguiram definir os solstícios, mas também os dias, variáveis de parte a parte, em que o sol atinge o Zênite (e a sombra do pilastre se anula) e os dias do Sol ao nadir, ponto mais baixo do céu. Este estudo não encontra comparação na astronomia de zonas temperadas como a nossa em que o Sol nunca esteve ao zênite ou ao nadir.
Os gregos, por exemplo, jamais foram uma sociedade vertical, não tiveram imperadores, ao contrário, eram federalistas e os gregos estudavam a eclíptica. E entre estes mundos, a terra dos andes se alça em direção ao Céu e oferece uma ampla e preciosa janela para um céu que não podemos mais ver do Norte. Eis o Cruzeiro do Sul, indicada pelas duas estrelas do Centauro. Um dia, como escreveu Dante, o Cruzeiro foi visível também no mediterrâneo do Sul. Com o passar do tempo e com as precessões dos equinócios, aquelas estrelas foram emigrando mais ao Sul.
L’intervista con Marco Gambassi è stata realizzata il 12/09/07, alle18:40, tramonto di fine estate di Firenze, Italia.
Marco Gambassi é astrologo, poeta, scrittore, studioso di Astrologia e Astronomia e professor di Astrologia. Sole in Cancro, ascendente in Gemelli e Luna in Sagittario, ha studiato Ingegneria a Firenze, Astronomia a Bologna e si è diplomato in Erborista, ovvero, formazione in erbe medicinali e aromatiche.
Lui ha un bel sito www.marcogambassi.it/home.htm, ed é anche autore di riviste nelle quali scrivono astrologi di tutta l’Italia, come la Rivista Linguaggio Astrale. Ha partecipato di vari congressi nazionali e internazionali. Ha guadagnato tre premi letterari, un internazionale compreso. Tra i suoi innumeri libri c’è questo: Conoscere le Stelle: Studio astronomico e astrologico.
Questo è un libro che porta uno studio originale per chi intenda allargare le conoscenze del cielo oltre i pianeti e le stelle principali. Offre preziosi strumenti astronomici per identificare e osservare le stelle, oltre alla loro analisi etimologica, mitologica e simbolica. Con questo libro, l’autore ha guadagnato il primo luogo nel concorso nazionale che premia studi inediti in Astrologia.
1. Che ruolo c’è il linguaggio dei simboli, degli animali e delle stelle nel “mondo moderno”?
Prima di tutto, un ruolo di apertura, che non si limita soltanto con il linguaggio. Anticamente il nostro rapporto con le stelle era fondamentale, poiché era attraverso le stelle che ci guidavamo per la terra. Dunque le stelle sono in un certo modo l’anima dell’uomo.
Non conoscere lo studio degli antichi, dell’astrologia classica, nel tempo in cui il rapporto con le stelle era così intenso è, in certo senso, perdere il contatto con le radice di questi simboli e conseguentemente con l’anima stessa. I simboli ci aiutano a partecipare di una società più equilibrata, soprattutto nel mondo globalizzato. É una scoperta di essere più umani.
Non c’è stata forse nessuna civiltà che non abbia una sua scienza delle stelle. Dalle stelle nasceva lo stesso senso dello spazio e dell’orientamento. Pare ad esempio che gli abitanti della Polinesia si lasciassero guidare, nei loro viaggi per mare, dagli Azimut delle stelle sorgenti o cadenti.
Gli animali, stanno scomparendo e con loro si perde una importante biodiversità. Purtroppo, gli animali furono spodestati dei loro valori spirituali. Gli uomini si sono dimenticati che gli animali sono come gli uomini membri attivi e importanti della società globale, sono attori della civiltà planetaria e portatori di significativa alterità. Un nuovo patto sociale planetario è necessario per comprendere anche animali e piante e valorizzare la loro preziosa differenza e la loro intelligenza…
Le stelle d’altra parte riferiscono pluri-significati. Guardare le stelle è come aprire una finestra e trovare un mondo che non finisce più. La luce fisica di una stella è una forma di energia, e precisamente una forma di radiazione elettromagnetica alla quale l’occhio è sensibile. La luce simbolica (o la voce) di una stella o di un pianeta è un raggio di luce celeste a cui l´occhio dell’anima è sensibile; un raggio che illumina una zona della mente e vi fa risuonare note, sentimenti, idee. La luce fisica è reale e illumina lo spazio viaggiando nel tempo, la luce simbolica (o spirituale) è immaginaria e illumina il tempo viaggiando nello spazio. Infatti la luce di un sentimento o di un’idea vive e si rivela nel tempo.
2. Secondo Lei é fondamentale studiare L’Astrologia insieme all’Astronomia così come fecero gli astrologi antichi?
Si, anticamente era ancora più naturale studiare non solo astronomia, ma anche matematica. Per motivi culturali e spirituali. Gli Arabi, per esempio, per pregare verso la Mecca, dovettero studiare anche le stelle. Le stelle li guidavano verso la Mecca e loro dovettero anche studiare i loro miti e leggende. Ancora oggi l’astrologia e l’astronomia potrebbero andare insieme. L’astronomia si mostra come una chiave in più all’interpretazione, ovvero, aggiunge all’interpretazione la conoscenza del tempo, dei fattori biologici, l’armonia tra la natura fisica e il rapporto tra le varie stelle e i loro valori simbolici.
La scienza come è conosciuta oggi è molto diversa da quella come era compresa dagli antichi. Nella sua sorta, la scienza riuniva scienza fisica e umanistica. Oggi queste scienze sono separate. La scienza si è allontanata dalle loro radici umane, dalla loro morale e dalla loro etica. Dunque la scienza rischia di diventare schiava dei grandi poteri economici e di servire ai propositi del denaro e degli interessi farmaceutici. Tutto perché non c´è più dialogo tra scienza fisica e umanistica.
Quando ho studiato astronomia a Bologna, quello mi ha dato una spinta, una strada in più nello studio degli astri e delle stelle. É abbastanza fecondo lo studio dell’astrologia insieme alle altre scienze. Questo dibattito con la storia degli antichi astronomi e astrologi é una forma de sottrarre l’astrologia dall’essere spregiata e squalificata. Unire agli studi astrologici quelli astronomici é una forma di far diventare l’astrologia più credibile, di metterla in rapporto a un fondo di conoscenza culturale. Di questa parte si può citare Keplero, Galileo e altri che riunirono gli studi delle scienze all’astrologia. Allo stesso modo che per gli astronomi sarebbe abbastanza fecondo studiare l’astrologia, poiché trarrebbe ai loro studi un filo culturale e umanistico che esisteva nell’epoca in cui tutte le scienze furono create. Oltre a ciò li priverebbe di fare dichiarazioni assurde sull’astrologia.
3. In che modo lei vede L’ Astrologia fatta qui in Italia in rapporto con gli altri paese del mondo?
Secondo me L’ Astrologia cambia conforme la cultura. Ogni civiltà ha un rapporto diverso con le stelle. Lo studio delle stelle può essere messo in rapporto con la civiltà umana e i nomi scelti per loro non sono per caso e dunque sono chiave di interpretazione. Sono stato in Perù studiando L’astrologia e la storia degli Inca. Tanto e poco sappiamo degli Inca. Questi stavano al vertice di una piramide sociale di tipo imperiale. Erano insieme i fondatori e gli amministratori di un grande impero che si estendeva dall’attuale Ecuador a buona parte dell’attuale Cile e dell’Argentina. Si trattava di un impero giovane, forze dell’unico grande impero esteso nelle terre dell’Emisfero Australe. Gli Inca lavoravano l’oro, il metallo del Sole, e l’argento, il metallo della Luna, e li usavano sia per adornare la loro persona sia per i loro templi.
I popoli andini precolombiani erano osservatori della galassia, e sono stati i primi a individuare e a dar forma alle sue nubi oscure. Questi popoli hanno creato un zodiaco galattico: una cintura di animali che segue, al meno per un può, il cerchio dell’equatore galattico, sul cui piano si estendono immense spirali di stelle. Si può dire che i popoli andini hanno scoperto la centralità della galassia. Gli Inca studiavano l’ombra solare con pilastri verticali di pietra. Non solo giunsero a definire i solstizi, ma anche i giorni, variabili di luogo a luogo, in cui il Sole raggiunge lo zenit (e l’ombra del pilastro si annulla ) e i giorni del Sole al nadir, punto più basso del Cielo. Questo studio non trova riscontro nell’astronomia di zone temperate come la nostra, dove il Sole non è mai allo zenit o al nadir.
I greci, per esempio, mai furono una società verticale, non ebbero imperatori, invece , furono federalisti e studiarono l’eclittica. E tra questi mondi, la terra delle Ande s’inarca verso il cielo e offre un’ampia e preziosa finestra su un cielo che non potremo mai vedere dal Nord. Ecco la Croce del Sud, indicata dalle due stelle del Centauro. Un giorno, come scrive Dante , la Croce era visibile anche dal Mediterraneo del Sud. Col passare del tempo, e con la precessione degli equinozi, quelle stelle sono emigrate più al Sud.