Astrologia e Renascimento – Uma forma de autoconhecimento
O trabalho da Astrologia associado à terapia do renascimento mostra quanto o trauma do nascimento influencia os relacionamentos e a valorização pessoal de cada um. A análise mais importante é a do ascendente, juntamente com os planetas da Casa 1.
Existem duas maneiras de analisar os problemas ocorridos durante a gravidez. A primeira é pela Casa 12 e a segunda, partindo do Fundo do Céu, onde se localiza a concepção, até a Casa 1, que representa o nascimento. Ou seja: nove meses, representados em nove Casas.
Para melhor exemplificar, cito a seguir alguns exemplos:
O ascendente em Capricórnio – regido por Saturno, planeta ligado à rigidez e a um padrão de luta e esforço – normalmente é fruto de um parto estagnado, difícil e demorado.
Netuno, planeta ligado ao escapismo, pode ser associado ao uso de anestesia no parto, gerando futura dependência química. Também pode estar ligado à decepção por parte dos pais, no caso de a criança ser do sexo oposto ao desejado.
Plutão, planeta associado à morte e ao renascimento, gera uma sensação de luta pela sobrevivência. Se o bebê quase morreu na hora do parto, provavelmente Plutão estará no ascendente; se houve alguma morte durante a gravidez, Plutão possivelmente estará na Casa 12. Nos dois casos, o trauma de nascimento gera urgência de morte, ou seja, diante das situações de conflito a pessoa tem vontade de desaparecer, ao invés de encarar de frente os problemas.
Quem nasceu com circular de cordão tende a se enrolar na vida e ter medo de ser sufocado: isso pode estar associado ao signo de Touro, que rege a área do pescoço.
A Casa 7, Casa do relacionamento, também deve ser analisada, já que a mãe é o primeiro “outro” da vida do indivíduo: se foi machucado na hora do parto, o filho terá medo de machucar o outro. Buscará inconscientemente nos relacionamentos pessoas que o machucam ou pessoas machucadas na vida. Seu intuito é salvá-las e, assim, achar que (ele) se sente bem. Porém, quando há falta de auto-estima, atrás dessa atitude de salvação existe, de forma inconsciente, controle e manipulação do outro. Estabelece-se, então, uma tendência a fazer demais pelo outro e, como o outro não age da mesma forma, a pessoa se sente vítima da situação.
É importante ressaltar que, se existe algum planeta em trânsito passando da Casa 12 para a Casa 1, a pessoa está fechando um ciclo e começando outro, por isso tende a recriar seu trauma de parto. Podemos citar, como exemplo, alguém que tenha nascido de cesariana, sem programação, ou seja, essa pessoa iria nascer de parto normal, mas devido a algum problema, o médico decidiu fazer uma cesariana. No momento em que o trânsito acontecer, a pessoa provavelmente estará se sentindo sufocada no trabalho ou na relação a dois, então algo inusitado acontece, mudando o curso de sua vida. É como se ela fosse tirada da situação por mãos salvadoras, como na cesariana inesperada.
Se os médicos tivessem consciência do que o trauma de parto causa na vida das pessoas, a obstetrícia poderia ser bem diferente e as pessoas, mais felizes, vivendo com menos traumas.
Exemplos:
Mapa 1 – Nasceu de parto normal, tranqüilo (Sol no ascendente). Seu nascimento não foi programado (Aquário na 12), com sugestão de aborto (Marte em Aquário na 12). Marte é regente da Casa 2: dinheiro era fruto de luta. Urano está na Casa 4, causando brigas devido à falta de dinheiro e possível rejeição do pai no pré-natal.
Essa pessoa sobrecompensa. Foi uma executiva da área de Recursos Humanos. Hoje está aposentada e tornou-se terapeuta. Luta para ganhar seu dinheiro (Áries na Casa 2), consegue, mas gasta tudo.
Padrão: “se o dinheiro é motivo de confusão, vou gastar tudo.”
Mapa 2 – Nasceu por meio de fórceps. Seu ascendente Escorpião está associado à urgência de morte. Este ascendente significa que a pessoa terá que viver perdas e mudanças para se transformar. O regente do ascendente na casa 10 mostra sua forte ligação com a mãe e sua necessidade de sucesso. A Vênus em Escorpião mostra sua falta de auto-estima: não se sente bom o bastante e acha que nunca faz o suficiente. Como a Vênus rege a Casa 7, mostra sempre uma dificuldade nas suas relações amorosas. Tem dificuldades para lidar com a intimidade (Regente da Casa 8 na Casa 12, conjunto a Saturno). A Lua e o Marte em Capricórnio na Casa 3 mostram a desaprovação parental e o problema com a escola. Este aspecto Lua-Marte também é um indicador de obesidade, assim como problemas com a sexualidade. Ele apresenta muita raiva, mas não consegue expressar, então implode, fica ansioso e come muito. Marte é regente da Casa 6, que indica saúde.
Histórico: aos 7 anos de idade, foi semi-interno na escola, sendo, pela primeira vez, afastado dos pais. Estes dizem: “filhinho, coma direitinho!”. Na escola o obrigam a comer. Então acabou pensando: “Vou começar a comer para voltar pra casa e ter o amor dos pais.” Aos 16 anos, sua mãe morre, o que causa o agravamento da sua compulsão alimentar. Fica então com o pai e a babá, que o entope de comida. Quando ambos também morrem, come ainda mais. Hoje está com 170 quilos e declara: “A comida é a minha droga” e vê na gordura um meio de chamar atenção. (Planetas na Casa 12 / anestesia).
Mapa3 – Nasceu de parto estagnado. Suspeita que seu pai não seja o pai biológico. Seu ascendente em Capricórnio mostra um parto difícil. Saturno, regente da Casa 1 e Casa 2, está na Casa 6, o que é um padrão de luta e esforço: trabalha muito, não se valoriza e nunca tem dinheiro. Há também problemas de pele. No momento está com o rosto em feridas, obrigando-a a se esconder. Esta é uma forma de se sentir protegida, como dentro do útero (Sol, Mercúrio e Netuno na casa 12). Já foi modelo, cantora e hoje trabalha em casa como secretária de um estrangeiro (de novo a Casa 12).
A Casa 7 em Câncer mostra que ela maternaliza seus relacionamentos. A Lua na Casa 4 indica que ela busca um pai em suas relações. Casou-se com um ator e se anulou para que seu parceiro tivesse destaque. No momento em que decidiu buscar seu próprio sucesso, o casamento acabou (Plutão na Casa 10 em quadratura com o descendente).