A Revolução Solar do Brasil em 2007
Há registros bem antigos do uso da técnica da revolução solar na análise astrológica, aplicáveis tanto em indivíduos, quanto países. Os antigos astrólogos recomendavam, ainda, que era de importância capital analisar a revolução solar do dirigente político de proa. Ou de um general, em caso de guerra. Estas recomendações, feitas e praticadas por astrólogos da estatura de Guido Bonatti no final da Idade Média, foram seguidas até mais tarde. No século 18, por exemplo, temos Partridge e William Lilly como seus expoentes na língua inglesa.
No caso de um país que tem “data de nascimento” (Brasil, Austrália, ou para citar alguns mais modernos, o Zimbabwe) é curioso observar como, ano após ano, tendências marcantes apontadas por outras técnicas são corroboradas pelo mapa da revolução solar do ano em questão.
O caso do Brasil é um bom exemplo. O mapa do ingresso solar em Áries para 2007 é tumultuoso por dois motivos. O primeiro deles é anunciado por um Ascendente posicionado em 19º Escorpião, grau de má fama que anuncia perigos e problemas. O segundo motivo de preocupação é a repetição, no céu, da oposição entre Marte e Saturno. Cabe aqui uma explicação: o Brasil nasceu sob uma oposição entre estes dois planetas, e nos anos em que há trânsitos que “repetem” certos aspectos natais – sejam eles fluidos ou anunciadores de problemas – costuma-se dizer que será um ano em que aquela promessa representada por um aspecto será atualizada. Em outras palavras: no ano em que se repetem aspectos do mapa natal, será vivida de modo expressivo essa condição natal. Mais preocupante ainda é observar que a oposição entre Marte e Saturno está angular no mapa do ingresso solar de 2007, levando para o primeiro plano o sentido de indisciplina, rebeldia e ataque as estruturas constituídas, promessa mesma dessa oposição.
Olhemos mais de perto a natureza da oposição entre Marte e Saturno.
O Brasil independente nasce sob a indisciplina contra a autoridade constituída. Marte representa literalmente a espada de D. Pedro I contra o arcaísmo tacanho dos portugueses apegados à terra – Saturno em Touro representando a elite oligárquica que até agora não “largou o osso”, por assim dizer. Não por acaso, D Pedro I nasceu com a Lua em Escorpião, em grau muito próximo ao Meio-Céu do nascente país.
Estamos diante de dois mapas astrológicos que formulam direções semelhantes. cada um deles reflete uma técnica diferente que se completa em 2007: o mapa do ingresso solar em Áries se soma ao mapa da revolução solar, para esclarecer caminhos. Lembremos que no mapa de ingresso em Áries de 2007a oposição entre Marte e Saturno está presente, repetindo uma condição celeste subjacente a constituição do Brasil como nação independente politicamente. Podemos então aplicar uma técnica simples e bastante difundida para aferir em que época do ano este aspecto poderá ser ativado. Essa técnica orienta a progredir, à razão de um grau = um dia. Aplicando-a ao mapa de ingresso em Aries, verificamos dois momentos em que as características de rebeldia, insubmissão ao poder central, que estão no cerne da criação do Brasil, estarão em primeiro plano astrológico nas datas de 20/6 a 7/9/07 e novamente nas duas ultimas semanas de dezembro do mesmo ano. Nestes períodos a oposição entre Marte e Saturno será ativada.
Analisemos agora o mapa da revolução solar do Brasil para 2007.
Saturno em Virgem culmina no Meio-Céu, clamando por responsabilidade no poder federal, e apontando limitações, além do perigo da soberba nas decisões mais importantes do chefe de estado.O signo de Virgem é de industriosidade, representando o trabalhador. Além disso, porque Mercúrio rege Virgem, quem dispõe de Saturno é Mercúrio. Este se encontra na casa 11, que representa as Câmaras – Senado e Câmara dos Deputados. Isso significa que o governo federal precisará se manter em boas relações com o Congresso e as Câmaras. Isso será decisivo no enfrentamento das manifestações de desagrado que se multiplicarão ao longo de 2007 e até o próximo aniversário do Brasil, em 2008. Como sabemos disso? Por causa da quadratura entre o Sol – regente do Meio-Céu – e Júpiter – posicionado no Ascendente. O primeiro representa o Presidente da República , mostrando as complicações que terá ao usar e abusar de argumentos impositivos, medidas exageradas e atos dramáticos, todos representados por Júpiter. Um dos significados possíveis para a quadratura entre Sol e Júpiter é o abuso, o exagero, a arbitrariedade. Este aspecto anuncia processos legais, esbanjamentos e demais impulsos perdulários. Há uma proteção, porém: Regulus, uma das estrelas mais promissoras, encontra-se em posição estratégica no mapa. Isso simboliza que se a humildade e a contenção forem usadas, o “efeito Regulus” protegerá as cabeças governantes, por inúmeros meios. Aí, Regulus anunciaria vitórias quando as condições “certas” forem seguidas. Observemos agora Saturno em Virgem; acidentalmente forte por ocupar um angulo importante, o Meio-Céu, exibe sua dificuldade intrínseca para governar vendo a situação de modo amplo. Virgem é signo de detalhes. Temos aqui o caso do planeta que, por ocupar um signo que não lhe fortalece, tem impedido seu atributo, ou dificultada sua promessa, apesar da grande exposição que tem. Possivelmente os empecilhos se traduzem pelo fato de o governo federal estar, no período 2007-2008, refém de variados interesses das Câmaras e do Senado.
Analisemos agora dois outros astros: Júpiter e Lua, fortes no mapa da revolução solar, anunciam que a lei e o povo terão voz e efeito nos cenários que se anunciam. Isso se deve pelo fato de que a primeira é simbolizada por Júpiter e o segundo pela Lua. Assim, povo e legislação encontrarão seu poder na dinâmica que se anuncia no período.
Ainda no mesmo mapa, observamos Vênus no Meio-Céu em Leão: a diplomacia a serviço da manutenção do poder. Leão é o signo que comanda o Meio-Céu, portanto representa o próprio Presidente da República. Um presidente que possui atributos venusianos para comandar o povo: sorrisos, gentilezas, atos dramáticos, tudo a serviço da manutenção da “paz” entre os interessados maiores: Câmaras e Senado. Olhemos mais de perto o planeta Vênus: ele está em oposição aplicativa a Netuno, o planeta da ilusão e da desilusão. Por estar aplicativa, a oposição é mais forte; ela vai acontecer, não aconteceu ainda e a expectativa disso cria um clima de desassossego e ilusão. A descrença popular pode ser grande com respeito aos atos e comportamento do governo federal.
Há mais neste mapa: o Sol ruma para uma oposição aplicativa a Urano. Este ultimo traz a improvisação, a surpresa, o evento inesperado que irrompe na História e muda expectativas e previsões. Inclusive dos astrólogos!
Voltemo-nos agora para Marte, o planeta que representa a natureza independente e auto-afirmativa do país. Neste mapa ele se opõe a Plutão, e ambos anunciam, através das casas astrológicas que ocupam, problemas na convivência com países vizinhos. Até mesmo a perda de acordos, e interesses que serão submetidos a estrangeiras imposições econômicas.
As perspectivas desta revolução solar para o Brasil estão além dos efeitos turbulentos de tragédias aéreas e de negociatas de ocasião. E, de muitas formas, sublinham a promessa de um ciclo turbulento para a história da República brasileira.
Para finalizar este esboço de análise do mapa da revolução solar do Brasil cabe observar que o Ascendente em 4º Sagitário, encontra-se em oposição à uma importante conjunção do mapa natal do país. Trata-se ela da conjunção Lua-Júpiter. O Ascendente da revolução solar em oposição a esta conjunção natal pode estar dizendo que teremos um ciclo de conscientização geral e coletiva a respeito dos sonhos e das esperanças que embalaram o nascimento da independência. Assuntos como a preservação dos recursos naturais e do patrimônio cultural dos povos autóctones, que aqui viviam antes do território ser colônia, também estarão emergindo com força.