Astrologia Polar Taoísta Zi Wei Dou Shú

12 de janeiro de 2011 Astrologia Polar Taoísta Zi Wei Dou Shú, Vertentes Astrológicas Comentários desativados em Astrologia Polar Taoísta Zi Wei Dou Shú

por Erica Poonam

Esta técnica foi desenvolvida e lançada pela primeira vez pelo Mestre Lu Yen, grande mestre e alquimista taoísta nascido em 798 D.C e também carinhosamente chamado pelos taoístas de Lu Tzu. Ele foi considerado um dos mestres mais importantes da história do Taoísmo. Seus conhecimentos sobre Astrologia estão registrados na coletânea oficial de milhares de obras e textos sagrados dessa tradição. Só os textos mais importantes conseguem estar nessa coletânea, que conta com a versão da Astrologia Polar (Zi Wei Dou Shú) escrita por ele.

Posteriormente esse mestre passou seus conhecimentos a quem é hoje considerado o patriarca desses ensinamentos: o mestre Chen Tuan, nascido no ano 871 – e que viveu pouco mais de cem anos (em 989). Logo após, um outro mestre de grande importância, chamado Bai Yu Chan, — de cuja data de nascimento não se tem notícia, e que viveu até 1229 — ajudou a desenvolver a técnica e a torná-la o que é hoje. Os taoístas conhecem Bai Yu Chan como o mais importante patriarca da tradição da linha da Alquimia do Sul, grande transmissor dos ensinamentos do Feng Shui da escola Chen Ko, e patriarca do “lori fa”, a magia do Trovão.

Essas são as três figuras fundamentais da Astrologia Polar Zi Wei Dou Shú, homens que transmitiram estes importantes ensinamentos herméticos via oral a seus discípulos praticantes taoístas, e que com isso contriburam para o desenvolvimento e chegada desse valioso conhecimento aos dias atuais.

Zi Wei significa Violeta sutil, é a estrela polar da constelação da Ursa Maior e no hemisfério norte ela aparece sempre no centro no céu, ou seja, é uma estrela fixa. A estrela Zi Wei é a referencia principal usada pelos antigos astrônomos chineses, e considerada o centro do Universo, a vibração máxima dessa Astrologia “das estrelas”. Dou significa medida e Shú signica constelações; em termos literais a tradução completa seria “a medida das constelações da violeta sutil”, pois Zi Wei se situa próxima ao pólo norte celestial e lidera as 157 estrelas integrantes deste segmento astrológico. A cor violeta era, e é ainda hoje, muito apreciada pelos mestres taoístas como simbolizando a “consciência mais elevada”.

Toda sua simbologia se baseia nos antigos complexos numerológicos do “I Ching: O Tratado das Mutações”, e contém toda a sabedoria e visão da antiga astronomia chinesa. Sua estrutura e mecânica estão vinculadas ao calendário chinês chamado Huang Li (calendário Amarelo). Seu criador, Huang Di (Imperador Amarelo), foi um dos Fundadores do Taoísmo e, assim como com relação ao calendário chinês, que até hoje é utilizado na agricultura chinesa, Huang Di contribuiu com outros importantes legados do pensamento chinês, dentre eles o “Gang Di Nei Jing” ou “O clássico de Medicina do imperador amarelo”, obra obrigatória para todos os estudantes de Medicina Chinesa.

O calendário do imperador amarelo é composto pelos ciclos do Sol, Lua, planetas e das sucessões das estações, sendo um calendário complexo e ainda hoje dominado por poucos no mundo inteiro.

Todo o princípio e interpretação da Astrologia Zi Wei Dou Shú nasce da compreensão e da relação que o Taoísmo tem a respeito das relações do homem com tudo o que o cerca e da percepção de que somos filhos da união entre o Céu e a Terra, ou seja, somos o próprio caminho do meio.

Por este motivo o Horóscopo Zi Wei Dou Shú é formado pelos 12 ramos da terra (bichos chineses) e os 10 troncos do céu (as energias em constante mutação dos cinco elementos, nas versões Yin / Yang); desse casamento é formada a estrutura básica e a construção do horóscopo, que tem o formato quadrado e divisões setoriais chamadas de palácios.

Ao todo são 12 palácios e mais um décimo terceiro chamado de Corpo, que não tem morada independente nesse sistema e ocupa o mesmo lugar que um dos outros 12 palácios. Este palácio, o Corpo, é considerado o ponto do livre-arbítrio e da escolha consciente do individuo, e o local onde está posicionado na carta astrológica será o ambiente onde o individuo poderá se desenvolver através do exercício da vontade.

A posição e as estrelas do palácio do Corpo nos contarão como e onde obteremos o máximo de nossas capacidades e como transformar nosso destino.

Por não haver um lugar único para o Corpo entende-se que o palácio associado a ele será o local de total identificação e engajamento pessoal da pessoa.

Acredita-se na tradição taoísta que nossa vida é 50 % gerada pelas causas que nos antecedem — e neste caso usam o termo “Céu anterior” para expressar a idéia de Karma e passado; os outros 50 % estão ligados às vibrações que desenvolvemos a partir do processo gestacional, com a recepção do Chi ancestral pelo rim materno e o Chi que recebemos do planeta Terra após nosso nascimento, com nossa primeira respiração (quando oficialmente começamos gradualmente a reconstruir nossa história): para este ponto utilizam o termo “Céu posterior” . Os antigos mestres taoístas estudavam as potencialidades e possibilidades da vida de uma pessoa unindo o entendimento do “céu anterior” com o do “céu posterior”. O passado associa-se à semente do futuro, através do cultivo da consciência no “aqui e agora”.

O estudo do Horóscopo Polar Taoísta, assim como uma bússola, aponta o caminho e a direção a seguir, assim como pormenoriza, com seus 157 arquétipos, momento a momento, ciclo a ciclo, a linha de menor resistência que nossa alma poderá seguir para materializar sua intenção primordial.

Erica Poonam é astróloga polar taoísta e atua no Brasil e no exterior ministrando cursos e aconselhamentos. Mais informações acesse www.ericapoonam.com.br.

Sobre o Autor

CNA (Central Nacional de Astrologia)
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