A Fortaleza do Forte de Nossa Senhora da Assunção
Andréa Maluf apresenta sua pesquisa sobre o mapa astral de Fortaleza.
Em 13 de Abril de 1726, às 12h00, tem início a história fascinante de uma cidade que, teoricamente, “tinha tudo para dar errado” e que chegaria a ser hoje a mais importante metrópole do Nordeste.
Fundada em uma data escolhida por Cláudio Pereira e, acatada por decreto municipal em 16/06/1994, o 13 de Abril foi eleito a data festiva de referência simbólica de emancipação política e administrativa da cidade. Legitimada na época por ato solene e púbico (pelourinho), essa data constitui, assim, um evento material de marco histórico municipal. Nem imaginava aquele pequeno grupo de lusitanos estrategistas que, se não fosse a sua ação decidida, o povoado teria desaparecido! Uma cidade do signo de Áries, permeada por este arquétipo representado na figura ilustre do Carneiro Yoyô, abrigaria um povo lutador, resistente e corajoso que construiria a Terra do Sol e atrairia povos de todas as partes do mundo em busca do sonho de liberdade e riqueza. Desde sua elevação à categoria de cidade, mesmo sofrendo muitas invasões, expulsou franceses, ingleses e holandeses e tentou fazer a paz com ferozes indígenas. Disposto a vencer essa batalha, construíu um Forte, ícone que descreve todo simbolismo mitológico da energia beligerante de Ares/Marte: o Deus da guerra e das conquistas, às margens do riacho Pajeú, onde nasce a formosa cidadela e onde hoje se situa o centro da cidade.
Aproveitando-se de antigas ruínas lusitanas, os holandeses construíram em 1649 um forte, que chamaram de Forte Schoonenborch, abandonado pelos últimos e retomado pelos portugueses em 1654, que o rebatizaram de Forte Nossa Senhora da Assunção, sendo reconstruído por Silva Paulet em 1812.
Uma muralha viva que, por proteger por extensão todo povoado no entorno, logo depois teria o nome abreviado simplesmente para Fortaleza. Atualmente já é considerada a 4ª capital do país em população. Quem imaginaria fazer dela um ícone na rota do comércio e do turismo internacionais a ser consumida pela antropofagia de suas belas praias e pela cultura de seu povo ariano, rude, obreiro e desbravador, disposto a encarar os desafios do progresso?
Por cima de pau e pedra foi construída uma das maiores metrópoles do nordeste, um lugar para todos os povos de todas as raças, credos, ideais e culturas. A astróloga Andréa Maluf realiza esta pesquisa no ano em que a cidade completa seus 282 anos, fazendo uma homenagem à metrópole, revisitando sua história para entender seu povo e sua dinâmica.
Uma cidade que apesar do transcorrer dos séculos “ainda continua a ser uma terra em que se pode quase tudo, um legado meio maldito” (Revista Fortaleza O Povo)
Legado que precisa ser reconhecido e trazido à luz da consciência coletiva, para que se compreenda como ainda recriamos este modelo. “Algumas características antigas parecem ainda influir a maneira como hoje se vislumbra o viver urbano, que exibe com outra roupagem as mesmas características desconcertantes” (Revista Fortaleza O Povo).
Através da análise do mapa astrológico de sua fundação, o trabalho de pesquisa está sintetizado em vários capitulos, destacando-se temas e características desta cidade cantada em versos, músicas e poemas, construída, destruída e reconstruída várias vezes, amada e odiada, mas sempre marcante e inesquecível para quem passa por suas praias.