1º Simpósio Luso-Brasileiro de Astrologia acontece em março

28 de fevereiro de 2015 Notícias no comments

Entre os dias 20 e 22 de março de 2015 é a vez de Portugal demarcar o seu espaço entre os eventos astrológicos mundiais através da realização do 1º Simpósio Luso-Brasileiro de Astrologia. O grande diferencial do mesmo é que se trata de um evento que vai mais além do circuito português: como o próprio nome enuncia, nele estarão reunidos astrólogos profissionais não apenas das terras lusitanas, mas também do Brasil, formando-se assim um grande intercâmbio, do qual astrólogos profissionais, estudantes e interessados das duas margens do Atlântico sairão alimentados de novos saberes e fortalecidos com a apresentação de distintas pesquisas do ramo, o que certamente trará ainda mais inspiração para o futuro da Astrologia luso-brasileira.

As informações sobre todas as palestras do evento, idealizado por Isabel Guimarães com apoio de toda equipa da organização, órgãos sociais e conselheiros da direção da ASPAS, podem ser obtidas pelo site http://simposioaspas2015.wix.com/aspas e dúvidas ou questões podem ser enviadas para o email [email protected].

Para contar um pouco mais sobre este evento que será um marco na Astrologia Luso-Brasileira, a CNA realizou uma entrevista com Isabel Guimarães. Confira!

Leonardo Lemos – De que maneira se processa o ensino da Astrologia em Portugal?
Isabel Guimarães – Atualmente de uma forma muito mais dinâmica! Há uma década atrás era mais difícil aprender Astrologia, devido à existência de poucas escolas estruturalmente orientadas para o ensino e, quase todas, concentradas na cidade de Lisboa. Hoje, porém, a realidade é, felizmente, diferente!
Claramente as novas tecnologias tiveram um papel importante, potenciando a informação e divulgação, chegando a todos as pessoas interessadas. Isto permitiu alargar fronteiras e diversificar o próprio ensino da Astrologia, tornando-se, igualmente, mais profissional. Têm emergido novos formadores mais bem preparados para satisfazer um público abrangente e, também, cada vez mais exigente. É um orgulho verificarmos este progresso no nosso país, graças a um conjunto de pessoas empenhadas em contribuir para um ensino cada vez melhor.

Leonardo Lemos – Conte-nos um pouco da história desta disciplina no seu país. Como é vista, quais os grandes nomes na História de Portugal que estão vinculados a ela? É inevitável que venham à minha cabeça os nomes do príncipe, tais como Teodósio de Bragança, “príncipe do Brasil”, que era astrólogo, e de Fernando Pessoa e sua tão já explorada dedicação à Astrologia.
Isabel Guimarães – É uma história que se assemelha um pouco ao que aconteceu, seguramente, noutros países e culturas próximas, marcada por momentos de maior avanço e outros de menor aceitação, em termos sociais. A História de Portugal, no âmbito da Astrologia, é, por sua vez, bastante rica se considerarmos que o nosso desenvolvimento está intimamente relacionado com o período dos Descobrimentos.
Neste período houve uma modernização da navegação, intrinsecamente ligada ao uso de novos instrumentos e tabelas baseadas nas configurações celestes. Será importante recordar que a Astrologia e a Ciência andavam de mãos dadas concorrendo para uma expansão notória e aceitação social e cultural. Podemos salientar que no reinado do Infante D. Henrique – O Navegador (século XV) – Abraão Guedelha, médico e astrólogo, de renome de origem judaico-português e Abraham Zacuto que esteve ligado à Corte e a reis importantes, precisamente, no momento das Descobertas. Com a chegada do período negro da Inquisição, vivemos um retrocesso na aceitação da Astrologia, conotada, então, como práticas condenáveis e antirreligiosas.
O período seguinte trouxe a afirmação do pensamento científico e do raciocínio lógico, originando uma separação decisiva entre a Astronomia e a Astrologia, que, aliás, persiste até hoje. Há vários nomes que, de facto, podemos apontar na nossa história, sendo, possivelmente, Fernando Pessoa, o mais reconhecido internacionalmente fruto dos seus escritos. Mas não é o único… Sendo, contudo, uma área pouco explorada, é importante percebermos melhor a herança deixada pelos nossos antepassados. Esta é uma das propostas que, indiretamente, colocamos com o nosso Simpósio.

Leonardo Lemos – Qual foi sua principal motivação ao promover tamanha reunião de astrólogos? Como é ser a pioneira nisto?
Isabel Guimarães – A minha principal motivação foi contribuir para uma maior unificação dos profissionais de astrologia em língua portuguesa, resgatando assim a origem de ambos os países.
Neste contexto, surge a motivação de estreitar os laços entre Portugal e o Brasil no domínio da Astrologia. Temos a perfeita noção que, por diversas razões socioculturais, o nosso país-irmão encontra-se num outro patamar de desenvolvimento desta disciplina, realidade justificada, em grande parte, pela elevada densidade populacional, comparativamente a Portugal. De referir que no Brasil o número de associações e instituições de âmbito astrológico já fazem parte da sua história há décadas, razão pela qual nada melhor do que nos reunirmos para a troca de conhecimentos e experiências.
Desde a criação da ASPAS – Associação Portuguesa de Astrologia – que este ideal se tornou uma realidade partilhada com os seus próprios membros associados que são a base e o ponto de partida para este empreendimento. Não estaríamos aqui a falar neste simpósio se não existisse concordância de que este projeto é importante para a Astrologia em língua portuguesa. Na altura da criação da ASPAS, muitos se reuniram e contribuíram para que se viesse a tornar uma realidade, ajudando-nos a cumprir os objetivos a que nos propusemos, desde o início. Isto conduz-nos diretamente à motivação de reunir todos estes astrólogos, uma vez que a nossa intenção, com este evento, é incentivar a divulgação e promoção do conhecimento astrológico, contribuindo para um necessário esclarecimento público do que consiste verdadeiramente a Astrologia. Penso que seja importante que a sociedade, de uma forma geral, comece a encarar os astrólogos como profissionais dedicados, ajudando a desmistificar velhas concepções em torno da nossa atividade, que esteve, nas últimas décadas, um pouco fechada sobre si mesma.

Leonardo Lemos – Como vocês têm visto a reação dos públicos, português e brasileiro, em relação ao evento?
Isabel Guimarães – De um modo geral, favoravelmente! Há poucos eventos semelhantes realizados presencialmente, na nossa área, e esperamos com o Simpósio colmatar essa falta de oportunidades para o intercâmbio de saberes. Esta é uma área que desperta o interesse e entusiasmo do público em geral, desde o mais especializado ao público mais leigo, que tem demonstrado marcado interesse em desenvolver os seus conhecimentos, conforme podemos comprovar nas inscrições realizadas para o simpósio.
Para podermos dar resposta a todas as solicitações, que nos foram chegando de várias zonas do globo, nomeadamente do Brasil, conseguimos, através da colaboração dos nossos patrocínios, transmitir a emissão do simpósio em direto via Web. As inscrições estão abertas e, até à data, a resposta do público tem sido muito positiva, tornando-se bastante gratificante podermos levar este evento a todos aqueles que não poderão participar presencialmente.

Leonardo Lemos – Você que já participou de eventos no Brasil, ministrou cursos, trocou experiências, poderia destacar traços convergentes e divergentes nas abordagens, na maneira de estudar a Astrologia entre Portugal e Brasil? O que mais nota nas tendências de colegas portugueses e brasileiros? E como vê a inteiração entre os mesmos?
Isabel Guimarães – Portugal e o Brasil são países diferentes, sem dúvida. Temos muitos traços distintivos ao nível da personalidade, na forma de estar e agir e, claro, no próprio envolvimento com a Astrologia. No meu ponto de vista, essas diferenças estão subjacentes mais concretamente às questões culturais, do que propriamente às questões metodológicas e técnicas. É certo que no Brasil a prática da Astrologia, conforme refiro em cima, está mais difundida, por questões essencialmente demográficas.
Considero que tanto brasileiros como portugueses podem trabalhar este terreno fértil através do intercâmbio e proximidade dos profissionais, unindo perspectivas para o futuro da Astrologia. Por termos esta firme convicção, o lema da ASPAS é “Juntos fazemos a diferença!”

Leonardo Lemos – Existe uma proposta básica, um fio condutor do Simpósio?
Isabel Guimarães – O mote do Simpósio é “Navegar as Estrelas”, que, tal como o nome indica, propõe uma viagem de descobertas e de comunhão de diferentes perspetivas e visões através do encontro de pessoas! Na nossa programação contamos com uma grande amplitude de temas e abordagens que poderão ser encontradas nas nossas 4 salas temáticas, destinadas a promover a diversidade do conhecimento. Teremos, igualmente, um espaço para debates e para a inclusão e discussão de temas atuais e pertinentes relacionados com a nossa conjectura astrológica. Teremos, também, a palestra do vencedor do concurso Estudante de Astrologia, que esteve aberto ao público até finais de 2014, e muitas mais surpresas…! Mas existirão outras atividades a decorrer, paralelamente, como o nosso espaço de vendas, onde vários artesões da área estarão presentes com as suas obras. Com certeza viveremos momentos culturais e de entretenimento únicos, que pontuarão o nosso Simpósio.

Leonardo Lemos – Como profissional, quais os seus objetivos e expectativas em relação ao Simpósio?
Isabel Guimarães – Os meus objetivos e expetativas são essencialmente os objetivos e expetativas da ASPAS e dos seus membros, aos quais procuro dar voz. A minha maior expectativa é conseguirmos concretizar um ótimo evento, para o qual esperamos o maior sucesso, mas que, acima de tudo, seja agradável, prazeroso e significativo para todos os participantes.

Leonardo Lemos – Vi que seu tema será sobre a Astrologia Comportamental. O que pode nos adiantar dessa sua pesquisa? Sobre o que irá decorrer?
Isabel Guimarães – Desde cedo, na minha existência, interessei-me pela área do comportamento humano. Muitos de nós, astrólogos, somos levados misteriosamente para essa área, ou não fosse a compreensão do mapa natal uma das mais simples e, ainda assim, mais complexas formas de explorarmos a estrutura psicológica de uma pessoa. Acredito que este método, apresentado por Marc Edmund Jones, assume-se como uma excelente ferramenta de auxílio para o astrólogo, numa primeira abordagem durante a consulta, permitindo-lhe traçar o perfil comportamental do seu consulente. Pretendo, com a minha intervenção, apresentar diversos casos de estudo inerentes à minha investigação.

Leonardo Lemos – Quais os critérios para a escolha das palestras ou dos palestrantes?
Isabel Guimarães – Durante o processo de organização do Simpósio foi constituída uma Comissão de Trabalhos encarregue da avaliação das palestras e que contou com a supervisão de reconhecidos astrólogos portugueses e brasileiros, pautados por um elevado nível de exigência. Sendo este um simpósio luso-brasileiro, um dos principais critérios foi a participação de profissionais de ambos os países com vasta e comprovada experiência profissional.

Leonardo Lemos – E a ASPAS? O simpósio é praticamente no aniversário da Associação. Podemos considerar como uma forma de celebrar e de reconhecer o papel desta no cenário astrológico português?
Isabel Guimarães – O Simpósio representa para a Aspas um marco na confiança, apoio e união que muito nos dignifica, podendo até ser considerado como uma dádiva por todo o apoio e consideração que os membros têm depositado. Assim, o próprio evento é sentido por todos nós como uma celebração da nossa missão, princípios e valores. É com enorme satisfação que partilhamos esta comemoração com a representação notória de vários membros brasileiros que nos congratulam, nos últimos dois anos, com a sua participação como membros associados. É de salientar ainda que, apesar, de a nossa associação ter sido constituída a 22 de dezembro de 2011, a sua inauguração oficial foi realizada a 24 de março de 2012. Este aniversário, acompanhado pelo equinócio da Primavera, marca também o início do ciclo astrológico sublinhado por um forte simbolismo de “renascimento” da nossa associação. Será, com certeza, um acontecimento histórico astrológico, em Portugal, que não seria possível sem a importante e fundamental colaboração dos colegas profissionais brasileiros.

emissao webLeonardo Lemos – Deixe-nos, por favor, uma mensagem e faça um convite aos interessados, estudantes e astrólogos profissionais para o 1º Simpósio Luso-Brasileiro de Astrologia.
Isabel Guimarães – Gostaríamos de convidar todos os interessados para se juntarem a nós, em Lisboa, nos dias 20, 21 e 22 de Março para esta celebração em torno da Astrologia. Há fortes motivos para tal e alguns já foram desvendados ao longo da entrevista. No dia 20 teremos a abertura solene, gratuita para todos os participantes, a decorrer na Sociedade de Geografia, seguida de dois dias dedicados a várias palestras, ministradas por mais de 40 congressistas, em 4 salas, que se realizará na FIL – Parque das Nações. Contudo, é importante realçar o facto de que a distância não representa qualquer entrave para que nos possam acompanhar. Através do nosso site oficial http://simposioaspas2015.wix.com/aspas, no separador emissão web, disponibilizamos toda a informação para poderem assistir à transmissão via web, em direto para todos os países.
Acreditamos que este acontecimento histórico, jamais realizado, irá contribuir para estreitar as relações destes dois países de língua portuguesa, quer ao nível da área que atuamos, quer ao nível econômico, social e cultural.
Contamos consigo! Muito obrigado.

Sobre o Autor

Leonardo Lemos Professor no curso de formação em Astrologia na Regulus Cursos e Assessoria Astrológica - SP, desde março '2018. Presidente da Central Nacional de Astrologia entre agosto de 2015 e março de 2018. Coordenador do Núcleo Social da Central Nacional de Astrologia de abril de 2014 a agosto de 2015. Em 2011 tem seu primeiro contato com o astrólogo renomado mundialmente Boris Cristoff, criador da técnica da PROLUNA (Progressão Lunar Natural) e da Tabela Periódica da História, em Montevidéu, no Uruguai. Com ele estuda a técnica e se torna um novo divulgador da mesma, tendo apresentado a palestra “Os 50 anos da PROLUNA- A previsão pelas idades do homem” na Astrológica 2013, congresso anual de Astrologia em São Paulo. Em 2014 participa da organização da vinda de Boris Cristoff ao Brasil, à Astrológica 2014. Em 2015 apresenta a palestra "O Zodíaco Dracônico- O Zodíaco da Alma" na Astrológica 2015 na Escola Gaia e a palestra "Astrologia Vocacional e o Mapa Dracônico", no XVII Simpósio de Astrologia do SINARJ. Ministra cursos sobre técnicas dracônicas. Interessa-se por Astrologia desde muito jovem, iniciando seu curso básico no SESC- Santos em 1991 com o professor George Jorge. Passa a atender aos poucos em 1996, enquanto ainda exercia a profissão de professor de Inglês e Francês, funções que lhe permitiram investir em cursos e especializações em Astrologia, entre elas Astrologia Empresarial com Maurício Bernis, em Santos em 1998, além de ter cursado Psicologia na UNISANTOS. Desde 2001, participa da TV regional de sua cidade natal, Santos, com inserções em alguns programas, tendo ficado de 2003 a 2008 semanalmente no Programa Ação & Reação, divulgando a Astrologia e respondendo às perguntas dos telespectadores. Em 2002, começa a dar aulas para os níveis Básico e Intermediário na Escola Santista de Astrologia, dirigida por Marcia Bernardo e George Jorge (ambos de Santos- SP).

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